Como tudo começou

12/04/2014 20:52

Primeira parte

Miau pra vocês. É um prazer conhecê-los. Vou contar como vim parar aqui.

Meu nome é Menina e eu sempre fui uma gata levada. Tinha uma dona que me deixava livre.

Sou muito namoradeira, e vivia indo de casa em casa com meus namorados.

Infelizmente, minha dona morreu e a família se mudou. Logo, me vi perambulando pelas ruas, pulando os muros das casas

para poder me alimentar roubando a comida alheia.

Fiquei prenha novamente  e quando estava chegando perto de dar a luz, fui procurar abrigo nas

redondezas.

Achei uma casa interessante. Tinha uma casinha de cachorro, mas não havia nenhum cachorro por perto, portanto

resolvi explorar.

Puxa, era o local perfeito para trazer meus filhotes ao mundo.

Então em Março, eles finalmente  nasceram.  

A dona da casa vivia me enxotando. Neste dia em questão, depois de amamentar meus filhotes, fui buscar alimento pra mim.

Tentei entrar de fininho pelo portão da cozinha que ela havia deixado aberto. Me esgueirei sem fazer barulho e estava prestes a dar o bote

na comida da pia quando ela apareceu e me pegou no pulo.

Caramba, eu quase morri de susto.

Voltei correndo para a casinha afim de deixar a salvo meus filhotes e não permitir que aquela mulher os pegasse.

Foi quando ela veio correndo atrás de mim.

Entrei esbaforida e os envolvi. Estava escondida, enquanto ela me procurava na entrada, mas o meu filho, que recebeu o nome certo

Xereta, resolveu dar o ar da graça e começou a falar com ela.

Ah, fiquei furiosa. Ele nos denunciou. Ainda pequeno, indefeso e cambaleante, ele começou a miar alto para ela.

Eu a ouvi resmungando. Ouvi falando com a filha e dizendo que não acreditava que eu havia trazido meus filhotes para cá.

Quando a tal garota chegou, foi lá para bisbilhotar também. As duas ficavam enfiando a cabeça na porta da casinha e tentando ver quem eram os filhos.

Como era acostumada a ser livre, quando elas me daram uma trégua, resolvi passear um pouco. Ainda estava com fome e resolvi saciá-la.

Qaundo retornei tudo havia sido mudado. Meus filhos estavam intactos, mas muitas coisas estavam diferentes.

Ouvi o marido dela dizendo qeu não podia mexer na minha cria. Isso mesmo. Não podia.

Onde já se viu? A cria era minha.

Como queria que fossem criados assim como eu fui, precisava me desprender. Logo, haveria outro cio e uma nova ninhada. Não poderia ficar

paparicando-os por muito tempo e afinal de contas eu não nasci para ser mãe.

Ninguém tocara neles até ali.

Me arrumaram um lugar na casinha mesmo. Mas, eu não confiava  naquele povo e então resolvi que seria mais seguro me mudar  e escondê-los.

Coloquei-os debaixo de uma tábua que achei no quintal e passamos boa parte da tarde ali. Mas, começou a chover e tive que trazê-los de volta um por um. Tinha quatro filhotes.

Xereta (que nasceu primeiro), Noturno, Mestiço e Raja (a única menina). Esta última era bem menor e mais frágil que os demais. Sabia que não sobreviveria

por muito tempo, decidi que não seria necessário buscá-la na chuva e a deixei lá.

Só que ela miava  e miava muito. A tal mulher não quis deixá-la lá como eu havia decidido. Tratou de pegá-la de volta e a colocou junto a mim na casa.

Levei a novamente. Não a queria aqui. Ficamos nesse embate o dia todo até que cansei e cedi...

 

 

 

 

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